Bilbo
Olho o carro se afastar pensando
quando ele irá voltar, e o que farei quando isso acontecer, abanar o rabo,
pular, das mordidas na barra de sua calça e sapatos, ou quem sabe pedir
carinho... eu adoro carinho.
Eu sinto fome, sinto sede, frio, até
um pouquinho de medo mas não ligo, contando que ele volte e me faça carinho,
isso me fará esquecer de todas as dores e eu ficarei feliz.
A noite chega, e ele ainda não voltou
pra me buscar do meio daquele lugar estranho. Bom, talvez ele tenha que pegar
as crianças na escola para brincar comigo, ou talvez ido comprar minha ração.
Mas ele irá voltar, para eu o fazer companhia, e o fazer feliz.
Já amanheceu... várias vezes, e
anoiteceu também muitas vezes. Me pergunto se ele ficou triste por eu ter
mastigado seu sapato, mexido no lixo, ou talvez eu solte muito pelo. Talvez ele
precise de espaço e precise dar mais atenção ao bebe do que para mim, acho que
entendo, nunca tive filhotes, afinal ainda sou um.
Tinha andado em busca de comida, e
acabei me metendo em encrenca com outros cães, por sorte, eles estavam presos –
o que será que fizeram para serem presos em gaiolas? – e eu consegui escapar. Mas
não escapei dos chutes de outros humanos, por eu mexer no lixo, tentei pedir
desculpas mas eles nem quiseram me entender.
Um dia, um casal, me pegou da rua,
sentia medo deles me machucarem assim como outros humanos. Mas eles me levaram
pra casa, me deram comida, agua, até uma caminha. Ainda estava com medo então não
retribuía o carinho deles, porem eles pareciam satisfeitos em me ver comer,
dormir e rolar na grama. Certo dia eles pegaram uma corda, e começaram a correr
em volta de mim, eu achei engraçado o jeito que falavam comigo, e pouco tempo
depois entendi que eles queriam que eu mordesse a corda, e foi o que eu fiz,
aquela tarde foi divertida e me sentia muito feliz novamente.
Não demorou muito e eles começaram a
me chamar de Bilbo, eles diziam que era meu novo nome e não posso negar que
tinha gostado.
Os meses se passaram, e me sentia bem
ali, feliz de novo.
No meio de uma de nossas brincadeiras,
eles falaram que teriam um bebe, isto me deixou com medo de ser jogado na rua
de novo. Eu mudei e eles perceberam, o que os deixou preocupados até me levaram
num lugar para ver se eu não estava doente.
Quando aquela coisa pequena chegou em
casa no carro com meus donos, eles se abaixaram na minha frente, e os olhos do
bebe foram direto para mim, eu me aproximei aos poucos e o cheirei, ele riu,
virei minha cabeça de lado e meus donos riram também.
Aos poucos percebi, que aquele era meu
novo lar, com pessoas que realmente gostavam de mim.
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